segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Porque eu o amo tanto?

Postado por Renata Palombo
Escrito por Juliana Palombo
Se você tem acompanhado nosso blog, já deve ter lido alguns textos de Juliana Palombo. Tenho certeza que vai gostar de ler mais este.
"Hoje acordei me perguntando porque eu amava meu filho. Você sabe porque você ama o seu?
Bom, no meu caso, enquanto eu o olhava e buscava dentro de mim respostas, cheguei a várias para justificar esse sentimento, e ao final, quando pareciam que os motivos não teriam fim, me dei conta de que em nenhum momento eu pensei que o amasse tanto por ter saído de dentro de mim.

Óbvio que essa resposta não estaria em mim, pois isso é o que menos importa para a construção da nossa relação. Construção diária. E claro, que muito me chateia ainda ver ou ouvir pessoas que acreditam que o amor só pode ser verdadeiro se o modelo de família for aquele de novelas, onde o casal jovem e feliz planeja detalhadamente o nascimento do filho e ele chega lindo e saudável sem dar o menor trabalho. Ahhh, doce ilusão né? Afinal condicionar o amor por um filho ao protocolo de gerar é como se relacionasse esse amor com uma obrigação. Ou seja, devo amá-lo porque saiu de dentro de mim. E que pais reais, vivem essa realidade? Tirando os contos de fadas e as novelas das seis, eu não conheço nenhuma.

Decidi então dividir o que tem me feito amar tanto meu filho e acho que encontrarei muitas adeptas...

Eu o amo por que ele aprende todos os dias algo comigo e eu com ele;

Eu o amo por que seu sorriso me acalma e seu choro me faz a pessoa mais importante desse mundo, pois só de vir para o meu colo ele se aconchega e se tranquiliza;

Eu o amo porque ele deu um outro sentido a minha vida e me faz ser cada dia melhor para que eu de sentido na vida dele;

Eu o amo porque ele me deu mais vontade de viver e de não desistir, porque quero ser pra ele eterna e cuidar até que seja bem velhinho, ainda q eu saiba que nao dá para mãe e filho serem velhinhos juntos... (que desespero);

Eu o amo porque estou lhe passando meus valores e logo colheremos juntos os frutos;

Eu o amo e estou construindo esse amor dia a dia porque se lá na frente ele não aceitar esse amor, ainda assim quero ama-lo por nós dois;

Eu o amo porque muitas vezes através dele eu vivencio milagres;

Eu o amo porque preciso nutrir a nossa relação, para que esse amor não acabe nunca;

Eu o amo por estas e por tantas outras coisas.... E nada disso tem a ver com o fato dele ter nascido de parto cesárea. Até porque se tivesse a ver com partos, eu não o amaria, afinal fiz de tudo para ter tido parto normal, e ele veio diferente dos planos, diferente do proposto e nem por isso eu passei a amá lo mais ou menos.

Penso que assim também é com os filhos que "nascem" por adoção. Inclusive, meu marido e eu temos a idéia de mais um ou dois filhos e tentaremos o "parto" da adoção, nesse tipo de parto os filhos são gerados, esperados e quando chegam entrando pela porta da nova casa deles, dão o "start" para o novo ciclo, onde todo aprendizado será motivo para que cresça entre pais e filhos O AMOR.

Amor chamado de incondicional."

4 comentários:

Anônimo disse...

Certamente o amor por um filho não está no gerar no ventre e sim no coraçao...Otimo texto

Claudia Gimenes disse...

Muito boa sua reflexão, Juliana!
Compartilho da sua opinião mesmo não tendo tido filhos biológicos.
Sempre digo que o ser mãe/pai está relacionado muito mais ao fato de os pais estarem predispostos a serem pai e mãe do que propriamente por gerar um filho.
Amor é construção diária e nesta construção independe de onde o filho tenha vindo.
Parabéns!

Grande abraço,

Cláudia

Estou errada? disse...

oi claudia ... obrigada pelo comentário... e tenha certeza q sua reflexão está correta...

Dé!! disse...

Lindo texto! É assim mesmo que eu penso.
Beijocas!!

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